domingo, 20 de novembro de 2011

Conversando sobre educação política III



Armadilhas do processo eleitoral. Todos já devem ter ouvido alguma vez aquela expressão: “ah! Não vou votar em fulano porque não vou perder meu voto!” esta expressão denota que esta pessoa ignora como se dá um processo de escolha livre e democrática. Vamos supor que todos estivessem fechados em quartos separados e sem comunicação; as propostas de cada candidato seriam repassadas a cada um em particular sem mais nenhuma influência externa. Só no dia da votação é que todos sairiam destes quartos imaginários e iriam exercer seu direito de votar. E só depois de apurados, é que se saberia o vencedor. Tentemos pensar com esta simplicidade com que explanei esta experiência fictícia. A realidade, por incrível que pareça, é igualzinha, apenas que ninguém vai ficar isolado do mundo enquanto o processo político se realiza. Cada pessoa passa a conhecer os candidatos pelo que vê, escuta e fica sabendo. Muitas pessoas podem ter as mesmas informações ou elas podem divergir completamente, isso faz parte do processo e é saudável que aconteça. Por isso, a opinião que se acha que a maioria tem não deve influenciar no momento do voto, mesmo porque este ato é SECRETO e INVIOLÁVEL! O que se faz na cabine só o cidadão que está lá é que sabe. E não é preciso se sujeitar a ameaças de que “eu vou conferir todas as urnas e vou saber se você votou em mim ou não!” estas coisas a gente sabe que acontece; com pessoas dos mais variados níveis, de conhecimento, de cultura, não há distinção. O que importa, neste período que antecede a campanha, é esclarecer, incansavelmente, que todos somos livres para decidir nossa escolha, sem sermos coagidos, sem direcionamentos e muito menos sem aquela famosa frase com que iniciei este artigo: “perder o voto”. Ninguém “perde” voto, se o seu candidato ganha, é porque mais pessoas o escolheram; se ele perde, é porque menos pessoas o escolheram e é só isso! Mas se nos deixarmos levar pelas conversas, “pesquisas” e outros artifícios, estaremos nos deixando levar pela maré e deixando nossa verdadeira vontade, livre, espontânea e verdadeiramente democrática de lado. Não existe perder o voto. Existe fazer uma escolha e pronto. E esta escolha deverá ser de acordo com a consciência de cada um e não de acordo com presentes ou favores que este ou aquele prometeu ou já deu. Nada disso deve influenciar a livre vontade na hora da escolha.
Ricardo Lopes Rocha

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