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Hoje (15/07) estou inserindo esta página no blog na qual vou publicar os artigos que envio para a "Voz de Diamantina".

Para quem ainda não conhece, este jornal, além de ser um veículo de comunicação semanal, tem por missão levar benefícios ao "Pão de Santo Antônio", que é uma instituição filantrópica centenária de Diamantina que dá assistência a pessoas idosas e/ou deficientes.

A "Voz de Diamantina" esteve com atividades encerradas por um período, porém, há dez anos, o Quincas, atuando como editor, voltou a publicá-lo. Vale a pena conhecer, principalmente sabendo que o valor das assinaturas é revertido em favor do "Pão de Santo Antônio".


Leia e assine a Voz de Diamantina - Informações: Sr. Quincas (38) 3531-3129

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Era uma vez três amigos...
Há muitos e muitos anos, uma turma de amigos de caçada resolveram se vestir com roupas exdrúxulas e máscaras na cara para brincarem o carnaval. As cabeleiras eles faziam de fibra de folhas de pita desfiadas e secas. Um deles morava lá pelos lados do Cazuza, local que na época era chamado de "sapo seco". Daí tiraram a ideia para o nome do bloco. Quando o bloco desfilava, as pessoas os viam passar vestidos assim com aquelas roupas parecidas com vestidos e exclamavam: alí vem as “fogosas” do sapo seco”, fazendo alusão à esquisitice das roupas que eles usavam que pareciam roupas de mulher. Os anos foram passando, a turma continuou saindo no carnaval e as características que marcaram desde o início permaneceram, como a máscara e a fantasia extravagantes. Em épocas de turbulência política houve sátiras; na época da conquista da lua, me lembro bem de quando era pequeno, houve uma homenagem a este grande feito, assim como quando JK se tornou presidente do Brasil. As minhas memórias desta época estão anuviadas devido ao tempo mas também pelas características que marcam o desfile da Banda do Sapo Seco, principalmente ao passar pelo Largo Dom João, que reúne muita gente que se embola no cordão de isolamento juntamente com uma multidão de crianças abraçadinhas aos seus pais para verem os mascarados passarem, brincando, fazendo gestos, às vezes assustando-as, mas sempre com muita alegria, descontração e principalmente irreverência. Acho que irreverência é uma adjetivo bem adequado para dar à esta banda que neste ano de 2020 recebeu o título de  PATRIMÔNIO IMATERIAL DE DIAMANTINA, algo que há alguns anos já vinha sendo trabalhado pelos integrantes da banda e pela Secretaria de Cultura de Diamantina até que neste ano, esse processo culminou neste honroso título. Há meses dedico as minhas horas de folga à incumbência de colocar na rua a Banda do Sapo Seco, depois que me nomearam com muita irreverência, o presidente da banda no ano passado, aquele que se responsabiliza por organizar tudo para que a banda possa desfilar no carnaval. Isso para mim, um novato, foi uma honra e aproveito para agradecer aos companheiros de banda a confiança depositada em mim e todo o apoio recebido por parte deles, imprescindível para dar conta de organizar todos os detalhes. Comecei bem cedo, pois o sapão que a gente usava como alegoria no desfile, se estragou. Desde o desafio de fazer um sapão novo até o final do desfile na Praça da Catedral, foi uma longa história que vou deixar para contar nos próximos artigos. Para finalizar este, deixo registrado aqui os meus agradecimentos a toda a competente, atenciosa e prestativa equipe da Secretaria de Cultura que, juntamente com a Prefeitura Municipal, nos deu um apoio importantíssimo para o brilhantismo e manutenção desta tradição tão alegre, divertida e cheia de nuances. Agradeço ainda a todos aqueles que colaboraram de uma maneira ou de outra, com doações e serviços para a Banda Sapo Seco. Agradeço ao Diquinho da Loja Mix, Edivaldo da Eugênio e Menezes, ao Aparecido da Lagoa Materiais, ao Fernando da Premoldados Diamante, ao Barroso do Supermercado Barroso, ao Sr. Álvaro da fábrica de tecidos, ao Sr. Edivaldo Orlandi pela cessão do espaço para a concentração e ao Dinho do Sacolão Dom João pelo espaço para a chegada da banda no Largo Dom João. Ao pessoal da comissão do Sapo Seco que labutaram comigo desde a confecção das máscaras até colocar a banda na rua: Aluízio Alcântara, Douglas Vale, Lu Alfaiate, Ratim, Erivaldo e Gambá, uma turma que não mede hora nem esforço para ajudar, fica o meu abraço e a chamada para o ano que vem, se Deus quiser!

Ricardo Lopes Rocha






Publicado na Voz de Diamantina em 09/09/2011:

Será que não seremos capazes?
Façam um teste: perguntem aos jovens que vocês conhecem o que eles acham do calçamento da nossa cidade. Nem precisa ser muito jovem; de 40 abaixo já serve. Decerto vão dizer que é horrível, esburacado, etc. Depois perguntem o que deveria ser feito. Deveria asfaltar! Acredito que deve ser a resposta mais comum. Se você também acha isso, é porque não deve ter vivenciado na época em que em nossas ruas havia um bom pavimento, liso e bem feito, ou não teve oportunidade de saber mais sobre suas peculiaridades especiais. De quem é a culpa? Da nossa geração, que é a que está no comando agora! Se nós, não soubermos convencer a próxima geração de que nosso calçamento é especial, teve uma inserção histórica, houve toda uma logística para ser feito, estaremos ignorando nossa história, que é o que há de maior valor numa cidade histórica! Se não conseguirmos provar que o pavimento com pedras é funcional, ecológico, além de ter um apelo turístico, estaremos reconhecendo a nossa derrota e fatalmente, num futuro, nossas ruas estarão asfaltadas em nome de sei-lá-o-quê-politicamente-correto, o atual câncer da modernidade. É preciso provar até para nós mesmos, que ele está assim, deplorável, porque, em 70 anos, além de não se ter feito manutenção, ainda foi esburacado por empreiteiras descuidadas que tampavam os buracos da maneira mais rápida possível. A necessidade desta prova é o principal argumento do Manifesto Acerta Pedra. O outro argumento para eu teimar em continuar lutando por esta meta é tentar passar adiante um conhecimento que já está se perdendo; são poucas pessoas que vivenciaram a técnica do recunhamento que é simples e mais funcional, porém muito trabalhosa. Eu tive a felicidade de aprender e de fazer e quero repassar para outros como é que se faz. Demorei a voltar a escrever sobre o Manifesto, porque estamos esperando as pedras, antes de iniciar o serviço. O trecho escolhido foi na Rua São Francisco, da Casa de JK até o jardim da Praça de esportes. Quando o projeto foi apresentado, não havia estoque de pedras. As que necessitamos são os “traços”, que demoram para serem lapidados, porque tem espessura, dureza e largura determinados – os traços são preparados na pedreira e chegam na obra já prontos.
Ricardo Lopes Rocha

Publicado na Voz em 27/08/2011

Frear, enquanto é tempo!
A vesperata do final de semana passada foi mesmo diferente. Houve um protesto dos estudantes em relação ao transporte. Parabenizo a eles pela maneira como mandaram seu recado, apesar das limitações impostas à livre expressão. Pelo menos, o trânsito pelo espaço público lhes foi permitido, pelo amplo período de uma hora. Depois deste honroso período limitante, eles se retiraram com seus cartazes e mordaças. Aos turistas, deixo também meus agradecimentos, porque mesmo não entendendo nada a princípio, a reação não foi repúdio. Para isso, contribuiu a educação com que foi feita a panfletagem por estudantes fantasiados de palhaços que transitavam entre eles, de maneira a não desagradar a quem não merecia ser desagradado. Parabenizo ainda ao Bar Confiança pela retirada da ridícula fitinha preto-e-amarela na sua área de ocupação; e à policia militar pelo espetacular efetivo mobilizado na operação que prometia ser mega. Fiquei foi com inveja, porque se para uma manifestação tão comedida como aquela se mobilizou tanto, o mesmo poderia ser feito para frear os motoqueiros que passam chispando dia e noite por estas ruas, tirando fina na gente, em disparada! Tenho um grande amigo apaixonado por motos que já distingue motociclistas de motoqueiros: os primeiros, define como verdadeiros pilotos de veículos de duas rodas, e os outros, como aqueles que fazem deste veículo, um brinquedo, de maneira inconseqüente. E é o que temos presenciado muitas vezes por aí, já que parece que nada acontece para freá-los. O interessante é fazer como se fez na vesperata: quando se previne, mesmo algo que se pintava como bicho-de-sete-cabeças, aconteceu tranquilamente; pelo contrário, a se manter na posição de deixa-como-tá-prá-ver-como-é-que-fica, a tendência é o descontrole. Competência para o domínio da situação a gente sabe que existe e tem sido provado em várias oportunidades e a organização desta vesperata foi uma destas provas.
Ricardo Lopes Rocha

Artigo publicado na Voz de Diamantina em 20/8/2011

Muito aperto X muita frouxidão
Tirar carteira é um suplício quase comparável ao do vestibular entre os que almejam estes objetivos. Muita falação, cursos, tabus; mas tudo acaba quando se conclui a etapa. Quanto ao vestibular, o governo, ao invés de melhorar o aprendizado de modo geral e criar um método que avaliasse verdadeiramente o conhecimento do candidato, conspira para acabar com a seleção para o ingresso à universidade. Não sou mestre nem doutor em pedagogia, muito menos no ramo da avaliação, sempre penosa e dúbia. Entretanto, instaurar uma farsa como o ENEM como método único para ingressar na universidade e logo em seguida, “convidar” de livre e espontânea pressão todas as instituições federais a aderirem ao método, sem opção de recusa, sob pena de retaliações indescritíveis, é o mesmo que sufocar o ensino. Ao ingressar, o candidato opta por um curso, mas daí a poucas horas a “vocação” já muda para outro completamente diferente, dependendo da cotação de notas na internet. Acaba ingressando naquele que “deu” para passar. A impressão que tenho é que os dirigentes querem aumentar o número de estudantes, sem se preocupar com os meios empregados para isso. Isso pode levar a um ensino deficitário, com falsas vocações e bacharéis com futuro nebuloso, exercício de função frustrante, negligente, antiético e imprudente, porta aberta para a corrupção.  A OAB, por tradição e também a exemplo de países mais adiantados, mantém uma análise paralela de todos os bacharéis recém-formados, antes de lhes permitir entrar no mercado de trabalho. Ao invés do Ministério da Educação adotar semelhante avaliação para todas as áreas para melhorar o perfil dos egressos, o que se tem notícia é que está para ser julgada uma ação que poderá extinguir a referida prova até mesmo para o curso de Direito. Nesse rumo, o país virará uma balbúrdia a exemplo do que se vê no trânsito, onde também se aperta muito apenas para tirar a carteira, para depois não fiscalizar praticamente nada. Estão brincando com o cidadão, só não brincam na hora de cobrar impostos.
Ricardo Lopes Rocha





Voz de Diamantina, 15 de agosto de 2011:


Vontade, consciência e paciência
Em muitos países e na antiguidade, tudo se resolvia com sangue suor e lágrimas. Infelizmente, felizmente, não se sabe nem nunca saberemos, em nossa cultura tudo se resolve na maciota e de preferência, com algum sobrando no bolso. Sexo drogas e rock’n roll foi um jargão que se repetiu muito na época da juventude transviada, na transição da década dos anos 1960 para a década de 1970. Tríade de palavras são boas para definir estilos, de movimentos, épocas. E é verdade mesmo. Atualmente, venho reparando alguns problemas amplamente discutidos por vários segmentos da sociedade e em vários deles, analiso sob uma ótica de alguém que sempre lutou para conseguir as coisas. Sabe-se que há pessoas que experimentam oportunidades entre os dois os extremos: desde os que não têm a mínima opção de nada, até aqueles que têm tudo sem fazer nada. Talvez o que me ocupei pensando hoje sirva para a faixa do meio, os que têm algo, mas sempre falta, na qual a maioria pode ser  inserida. Fui chegando a estas conclusões ao ofegar para subir uma rua sem descer da bicicleta. Para conseguir meu intento, teria que suar. Lembrava-me (como sempre) do nosso projeto acerta pedra e do incômodo que ele causará nas pessoas. Mas é isso mesmo. Sempre haverá os incomodados; sempre haverá os descontentes, mas a crise existe para que algo se resolva. Aí vem a célebre frase dos pais: ”fulano está na crise dos quinze anos”! Isso quer dizer que depois dessa crise muito vai mudar. Dependendo da reação de todos, tudo muda para melhor. A crise é necessária e com ela vêm os incômodos, porque se os braços permanecerem cruzados e esperarem o bonde da história passar, ele passa e as mudanças não acontecem. Quando queremos um mundo melhor, uma cidade melhor, uma rua melhor, um buraco a menos na rua que seja, para que haja melhorias, alguém vai ser incomodado. Ainda mais se tratando de ruas importantes com muito movimento, são as mais usadas; para reformá-las, muita gente vai ser incomodada, não há dúvida.
Ricardo Lopes Rocha



Voz de Diamantina, 7/8/2011:

Projeto Acerta Pedra a pleno vapor. 
O título foi mudado porque de Manifesto, quando aceito, tornou-se um Projeto. Um projeto de todos que querem benesses para Diamantina e que faço questão de compartilhar. Recebi e ainda recebo muitas contribuições. Algumas por escrito e outras em conversas na rua. Críticas também. Estas com certeza, vieram a contribuir sobremaneira. É hora de mudar o enfoque do discurso. Já que o apoio se efetivou, a turma aumentou, o nome mudou, uma equipe de trabalho foi formada, o discurso deve ser mudado. Com certeza. Nunca estive só, pois os amigos se solidarizaram desde o primeiro momento e agora formou-se uma equipe. Era o almejado: repartir a idéia, experiências, erros, problemas com tantos quantos houvesse para compartilhar. Todos os que se apresentaram para a partilha demonstraram efetiva e verdadeira vontade de trabalho. Será necessário, pois problemas já existem e devem ser solucionados sem demora. Não posso deixar de agradecer o apoio recebido até agora: o do Quincas desde o início, o do Fernando Gripp, o dos amigos anônimos, o do Fernando das Pedras, o elo com o Prefeito. Agradeço os mais de 2100 acessos ao blog em menos de 40 dias, algo incomum, já que ele trata somente de um tipo de assunto. Só hoje, na terça, ao escrever este artigo, já haviam 148 acessos. Isso significa duas coisas: que o apoio está sendo dado pela população e ao mesmo tempo, que mais tarde será cobrado. Agradeço também à receptividade e efetiva disposição demonstrada pelo Prefeito Municipal, desde o primeiro contato no qual mostrei e entreguei em mãos uma cópia do projeto. Incluo também o  “Branco”, secretário de obras e equipe da Secretaria envolvida no projeto, o Adilson com sua turma de calceteiros, sem esquecer do Rangel, o mais vivido e experiente integrante.
            Passada a fase do EU, agora, NÓS vamos mandar bola para a frente. Nossa missão de agora em diante é mostrar às pessoas descrentes do nosso propósito que importa sim, resgatar uma cultura, que necessariamente não terá que ser estampada em quadros a óleo, em partituras de música ou numa peça teatral. O modo como nossos antepassados de jeito simples criaram e fizeram o pavimento de nossas ruas foi uma manifestação cultural que espelha um estilo e um modo de encarar a vida, mostrando que até no piso temos nosso capricho. Mesmo para aqueles que nunca tiveram como aproveitar a riqueza dos diamantes, sobrou a maestria da lapidação das pedras para pisarmos. Isso é cultura. Isso é história. Fazer o resgate deste saber fadado ao esquecimento há décadas e ao mesmo tempo resolver um problema comunitário de ordem prática é o desafio imposto.
Visite o blog: http://www.ricardolopesrocha.blogspot.com

Ricardo Lopes Rocha

De um pai ao professor.
Voz de Diamantina(30/07/2011)

Abraham Lincoln, em 1830, escreveu ao professor do seu filho: "Caro professor, ensine-o a perder, mas também a saber gozar da vitória, explique-lhe que a derrota honrosa vale mais que a vitória vergonhosa, (...) ensine-o a ser gentil com os gentis e duro com os duros. (...) Trate-o bem, mas não o mime, pois só o teste do fogo faz o verdadeiro aço.Transmita-lhe uma fé sublime no Criador e fé também em si, pois só assim poderá ter fé nos homens.” 
Desta citação vamos pular para o século vinte e curtir o efeito de sucessivas reformas do ensino, algumas das quais eu me lembro, na época, estudante no Grupo Júlia. Lembro que Dona Terezinha Campos era brava e me deixava de castigo, mas que eu saí sabendo, eu saí. Sempre fui chamado de “gordo”, “baleia” e isso me irritava muito; ficava com muita raiva, mas nem por isso cresci odiando o mundo. Consegui conviver com isso. Sobrevivi aos castigos, e de quebra, mesmo a contra-gosto, aprendi com os erros.  Cresci e criei senso crítico. Fui maior que as gozações. Já briguei, apanhei, bati, ganhei, perdi. APRENDI COM TUDO ISSO. Depois destes depoimentos, vou continuar este texto de maneira diferente. Pois eu, o melhorzão de todos, o bacanêra, sei que “'o sero mano tem uma missão” de controlar o “euninho, porque já provocou secas e enchentes calamitosas”. “'O problema ainda é maior se tratando da camada diozanio” e “a situação tende a piorar: o madereiros da Amazônia destroem a Mata Atlântica da região”. Por isso é que eu çujiro: “não preserve apenas o meio ambiente e sim ele todo”. “Com menos desmatamentos, teremos mais florestas arborizadas”. Com a falna, o pobrema é o mês: “já está muito de difíciu de achar os pandas na Amazônia”. Prá concluir e popá a paciência docês, “precisa-se começar uma reciclagem mental dos humanos, fazer uma verdadeira lavagem celebral em relação ao desmatamento, poluição e depredação de si próprio”. “Vamos deixar de sermos egoistas e pensarmos um pouco mais em nos mesmos”.
Que çejam bem-vindas as novas e mordernas reformas no ensino, otorgraficas, e todas as outras, e a tributaria, e a costitusional, e a do lejislativo e taméim as ôtra toda que esse povo qué fazê pra milhorá pra nós iscrevê. E teim mais: vamu acabá com eçe tal de bulingue. Tudo isso tende contribuir para o pogreço e a educassão do povo! Eu apóio e “concordo em gênero e número igual”. Mais préstenssão: tudo ki tá entre parentes naum foi eu que escreveu nãum, viu! Eu só control cê e control vê nuns troço que axei na ternete, que é o ki tá na moda agora.
Ricardo Lopes Rocha

Uma semana inteira de cheiros (maio de 2005)
Sol com chuva, casamento da viúva! Quem não ouviu ou disse isso quando menino e a chuva vinha de tarde, com o sol encostado na serra? Aí vinha aquele cheiro de chuva, delicioso, incomparável, reparador, quase flutuante. Cheiro de chuva só pode ser melhor se for cheiro de chuva quando a gente tomou a chuva de gosto e está num daqueles morros que só Diamantina tem, e vem o cheiro-de-chuva-com-cheiro-de-pedra-branca-e-de-capim-gordura, aí sim, é basicamente inesquecível! Quem esquece um cheiro? Depois que a chuva estia e passamos perto de um matinho vem aquele cheiro de matinho molhado! Dá vontade de fechar os olhos, e procurar na memória uma cena com aquele cheirinho...
Uma tarde de sol, tipo umas três e meia, sol a pino, aí a gente passa perto duma casa em que torram café a essa hora. Gente! Cheiro de café torrando me embriaga! Dá vontade de parar e ficar só ali, flutuando..........
Cinco e meia da tarde tem um monte de cheiros; sabem ali na “Cavalhada”, um mato atrás do antigo prédio dos Correios? Bate um cheiro de carrapicho... hummmmm! Quem nunca cheirou está perdendo grande!
Oito e meia, é a hora que a gente saía com a mãe da gente na rua para fazer visita. Chegava na casa, as amigas punham a mão na nossa cabeça e dizem: Nooossa! Mas esse é seu? É o caculinha? Minina, mas cresceu demais! (não, Pedro Bó, encolhi – dava vontade d falar!). Mas o passeio compensava: tem lugar que a gente passava e de repente batia o cheiro de dama da noite – aí tinha que parar para aproveitar mais um tiquim.
E cheiro-de-manhã-de-Natal-que-choveu-na-véspera e amanhece aquele tempo limpinho, a serra bem verde, as casas com aquela cor bem limpa, o tempo claro, e o cheiro de grama envolvido num cheiro de vento de domingo misturado com a satisfação de presente de Natal.....No Natal tem também o cheiro de presépio – me lembro sempre de Patrocina, que trazia da serra os enfeites de presépio com aquele cheirinho de areia e dos matinhos do campo. Toda vez que eu passo perto de um presépio com enfeites do campo, dou uma cheiradinha para lembrar.
No meu arquivo mental, alguns dias da semana também têm um cheiro característico: o de sexta feira é o de folha de eucalipto queimando – não sei porque, pode nem ser sexta feira, mas cheiro de folha de eucalipto queimando é delicioso e parece com sexta feira; já o cheiro de sábado para mim é inconfundível – é o de cera parquetina, aquela que vem na lata com aquele moço deslizando com os esfregões nos pés – quem não se lembra? Qualquer dia vira sábado para mim, se eu sentir o cheiro de cera parquetina.
Cheiro-de-porão-de-casa-dosôtro – porão tem sempre aquele cheirinho bom de umidade, um cheiro que tem um ar de novidade quanto mais se no porão for da casa de um parente e tiver brinquedo velho esquecido. Quantas vezes eu ganhei brinquedo que os outros já nem davam confiança...... e o cheiro lembra tuuuudo de novo!
Cheiro-de-quarto-de-despejo-que-só-fica-fechado quando que abre para a gente descobrir coisas e fuçar coisas velhas? Graças a Deus não tenho alergia e posso cheirar à vontade. Já no outro extremo, no da limpeza lembro-me do cheiro de ”lux” de quem toma banho e sai à rua, e por onde passa, rescende. Muito bom.
Cheiro de bife a gente só sente quando está longe de chegar em casa e sempre vem de uma casa no alto; porque será? Cheiro de bife é só para dar inveja, porque nunca que coincide que na casa da gente vai ter o mesmo cheiro de coentro, ou salsa, o jeito é dar uma fungada funda e segurar até chegar em casa.
Cheiro-de-quarto-dos-pais-da-gente-quando-éramos-pequenos – aquele cheiro tipo uma mistura de cheiro de coberta com cheiro de gente, com cheiro de pano macio, vem o sono chegando, lá fora cai uma chuvinha, vem uma historinha contada, o sono chega, e o cheiro de coberta, um abraço da mãe da gente... é, esse não dá para esquecer, hein? Vontade de pegar no sono e ficar com isso na cabeça um tempão.
Cheiro de procissão: um misto de cheiro de gente amontoada, de vela, um cheiro quente, de noite, cheiro abafado, às vezes com uma mistura de cheiro de pólvora (de pum) que pegamos na mão depois de fazer chicote com os rabos de foguete... é um cheiro quente, que lembra um zum-zum-zum de reza, com o calor da multidão.
Um dos maiores motivos que tenho para fazer passeios no mato é a abundância de cheiros que a gente encontra; é como se fosse uma máquina do tempo movida a cheiros. É bom relembrar e melhor ainda porque não tem como registrar cheiro. Tem que aproveitar naquele momento e assim, o passeio torna-se único e memorável.
Ricardo Lopes Rocha

  Reunião do Manifesto Acerta Pedra (publicado na Voz em 22/7/2011)

Demorei, mas compensou, porque tenho muito boas novas para escrever. O aproveitamento da discussão foi além do que imaginava, e foi esse justo o propósito tanto da reunião quanto do caráter público que dei ao manifesto. Conclusões: 1 - e considerada a mais impactante, foi o fato de repassar a técnica a uma nova turma de trabalhadores. É preciso que isso aconteça para não se perder, o que já tem acontecido há mais de 40 anos. Isso seria mesmo um resgate deste saber. 2 – a idéia de aproveitar mão-de-obra de detentos em regime semi-aberto para ajudar na ressocialização e na reinserção no mercado de trabalho foi a das mais comentadas e enriquecidas. 3 – levantamento das ruas e seus tipos de calçamento foi algo que eu sabia, mas não havia atinado para isso: por exemplo, para restaurar uma rua que já foi calçada no estilo recunhado, menos pedras será necessário; já uma que foi calçada com cimento, irá demandar muito mais pedras. 4 – em ruas novas, e em bairros, concordaram comigo que as pedras deveriam ser aproveitadas para recuperar o centro e repavimentar com bloquetes (melhor que asfalto, pois deixa infiltrar água de chuva). 5 – das conclusões, a única que não permaneceu foi a sugestão de local, pois há um outro muitíssimo melhor para servir de exemplo no manifesto, que já mudou de nome e passou a se chamar “Projeto Acerta Pedra”, recebido pelo prefeito municipal hoje, dia 20 de julho, que me ouviu, concordou com os meus propósitos e vai fazer o que lhe foi solicitado e ainda mais: pediu que o treinamento que irei fazer com a turma dos calceteiros seja usado rotineiramente tanto para o trecho do Projeto como para pequenos consertos, até que outros trechos grandes de rua sejam verdadeiramente restaurados. Durante nosso encontro que foi também bastante produtivo, deixei claro minha preocupação para reflexão: Diamantina é uma cidade antiga, e há que se fazer o antigo voltar a ser funcional e não partir para o caminho mais fácil e que irá desfigurar tudo. A solução é fazer a devida manutenção do calçamento de pedras que é muito mais barato, ecológico, é próprio da cidade. Além disso, é uma característica que tem uma inserção histórica, mas ele não está funcional. É o mesmo que ter um livro antigo e não poder lê-lo. Por outro lado, se for restaurado, durará mais cinqüenta anos, sem problemas. Para minha satisfação, estas preocupações foram inteiramente reafirmadas pelo prefeito municipal. Acessem meu blog para mais detalhes e fotos. www.ricardolopesrocha.blogspot
Ricardo Lopes Rocha





Três ou mais coelhos de uma só vez. (publicado em 6 de maio)

A nova agência dos Correios do centro ficou mesmo muito bonita espaçosa. Entretanto, a outra agência que fica e menos de 200 metros, poderia ir para um outro bairro mais afastado. Atrelado aos Correios não se pode deixar de pensar também em agência bancária. Quando se tem uma vista geral da cidade lá do mirante, fica evidente o rumo do seu crescimento em direção ao trevo de BH, com bairros cada vez maiores: Bom Jesus, Cidade Nova, Cazuza, Bela Vista sem falar nos novos loteamentos. Logicamente, todos os moradores de lá se deslocam com freqüência para o centro justo para irem aos Correios ou aos bancos. Com agência dos Correios e bancos no Bom Jesus por exemplo, imaginem como isso iria desafogar o trânsito? Geraria conforto, economia de tempo e de combustível para uma comunidade enorme de pessoas! E para o centro da cidade? Todos iriam sair ganhando, com mais vagas de estacionamento, menos filas para os clientes e mais lucros para os bancos, pois amontoados no centro, agem como concorrentes. A natureza agradece pela economia de combustível, e os turistas agradeceriam pela diminuição da poluição visual do excesso de carros. E é óbvio, não se descartando a necessidade de agências dos Correios e bancárias também no Rio Grande que há muito tempo passou a ser um bairro progressista e com um comércio bastante concorrido. Diminuindo os motivos das pessoas irem ao centro, o volume de veículos também diminui e torna viável o que a administração municipal vem fazendo e eu ando reparando que é a proibição de estacionamento em certos locais para o trânsito começar a fluir melhor. E aqui vai uma sugestão: proibir o estacionamento na Rua Augusto Nelson, atrás do muro do Museu; ali não comporta o trânsito e carros estacionados ao mesmo tempo.
Ricardo Lopes Rocha



Despoluição visual (publicado em 20 de maio)

Continuando o raciocínio de tentar esvaziar um pouco o centro da cidade, escrevi anteriormente sobre agências bancária e dos Correios em bairros fora do centro. Neste artigo lanço outra idéia que pode ajudar a nos livrar de placas de sinalização que também poluem bastante nosso belo casario. É bem simples e já é usada em muitos locais. Seria substituir as placas de estacionamento por faixas pintadas nos meio-fios. Em adição a este passo, alguns out-doors nas entradas da cidade iriam prevenir os visitantes ao chegarem à cidade sobre a nova convenção de sinalização para estacionamento (placas de estacionamento é a maioria; reparem). Nada muito complicado, pois vejam: faixa amarela, todos já sabem que é estacionamento proibido; uma faixa vermelha poderia ser para os locais onde é proibido parar e estacionar e para carga e descarga, uma faixa listada de preto e amarelo. Como uma medida simples destas iria despoluir nosso lindo centro histórico! As faixas pintadas nos meio-fios só são visíveis aos motoristas e não aparecem nas fotos. Haveria um início de despoluição visual pelo menos das placas.  A providência seguinte seria um período dedicado à educação aos motoristas através de “blitzes” educativas, cartazes, nas escolas e outros meios de divulgação. Para isso acontecer, basta que algum vereador leia isto e goste da idéia, escreva uma lei e coloque para discussão e votação (pelo menos acho que é assim que funciona). Faixas são muito melhores que placas.
Ricardo Lopes Rocha










Vamos nos mexer para não sermos desconvidados!   (16/7/2011)
A reunião do Manifesto Acerta Pedra no dia 3 de julho foi muito proveitosa. Faltou apenas uma amiga que não devo revelar o nome, mas ela se remexerá na cadeira ao ler esta reprimenda, de tanto que prometeu estar presente. Foram discutidos os assuntos pautados e outros além. Foi muito bom ouvir pessoas do quilate das que se fizeram presentes. Na semana que vem vou detalhar os pontos discutidos e as conclusões a que chegamos. Nesta semana, tenho um outro assunto que gostaria de escrever. Recebi visita de amigos de São Paulo no final de semana passado, e como não poderia deixar de ser, disse a eles: venham mesmo! Hoje (sábado, dia 9) vai ter Vesperata e vocês não podem deixar de conhecer! Rever amigos de longe é sempre muito bom e a conversa fluiu sem que a gente sentisse o tempo passar. Como sei que o espetáculo é pontual, nos apressamos mas chegamos depois do início. Eu havia ido a uma Vesperata no mês passado, mas nesta agora percebi uma modificação: a ridícula fitinha preto e amarela foi colocada mais para fora, deixando apenas a calçada para a movimentação de pessoas fora do cercado. Passei, junto com meus amigos, uma situação meio vexatória, com dificuldade de locomoção num logradouro público em minha cidade natal, tendo que passar com eles, nos apertando entre uma e outra pessoa, desequilibrando aqui, dá licença acolá, prestando atenção para não pisar no pé de alguém. Finalmente, chegando a um ponto mais aberto, ficamos por ali. Enquanto curtia as músicas, matutava: o público de Diamantina, que comumente se ajeita nas calçadas, à beira do cercado, está sendo empurrado mais para fora aos pouquinhos. Pensei: estou sendo desconvidado! Não posso escrever que a passagem naquela rua foi interrompida porque isso não aconteceu, mas que o desconvite foi feito, eu senti, mesmo que nas entrelinhas. Deste turbilhão de pensamentos me surgiu o temor de que um espetáculo tão bonito e que começou de forma tão natural possa ser desvirtuado se nesta reformulação, não forem tomarem cuidados para conservar as características originais. E assim também pode ocorrer com outras coisas em Diamantina que torna-se a cada dia mais eclética. Amigos Diamantinenses, se não quiserem ser desconvidados de curtir em plenitude o prazer de viver nesta cidade com toda a sua naturalidade, que tomem cada um sua atitude; que cada um cumpra sua parte como cidadão. Olhando para esta terra há olhos atentos que vigiam por todos os lados e observam por todas as frestas. A ficarmos no marasmo, nosso lugar será cedido. Devemos estar atentos!
Ricardo Lopes Rocha


Aqui, coloco um artigo que foi publicado há uns três anos. Na época, gerou muitos comentários.
Muito comum entre os jovens, eu aliei a interessante linguagem usada em mensagens de celular usando-a num outro assunto sobre o uso abusivo de certas palavras e virou um "mix" interessante.
Por enquanto, vou colocar a nova postagm por baixo desta, a do dia 16 de julho. Leiam e comentem!
O título traduzido é: "Mensagem de celular" (ao final menciono algo sobre 300 palavras, que é o tamanho do meu espaço no jornal)


MSG d CLULR
Foi lndo a secao de krts da “Voz”, numa mnha d sábado, cmo prazrosamnt, cstmo fzr, q cmpltei a ligcao d idéas q precsva pa scrvr ste artgo, ants d submt-lo à tradcao plo meu fio, profndo cnhecdr e hábil manpuladr do tclado clulo-digtal. Flava-se da proprdad q o Quincas tm c as letrs. E aí me veio 1 assnto q por vrias vzs pnso e comnto: a forca ds palvrs. Os jovns d hj m dia, muitas vzs exagrm ns nfases q qrem dr às suas falas e se sqcem da forca ds plavrs. N gsto d exagrar ns palavrs e sim de mdi-las. Axo q nunka, smpre, d+, nda sao palavrs smpre muito frtes e cstumo substtui-las por otras + adquds a kda oksiao inda + q o meu editr m cobra q eu skrva somnt 300 palavrs em kda rtigo. Açm, tnho q dsnvolvr 1 idea, dfnd-la e cncluir, nsta rstrita cntagm, mas cnfsso q isto cntribuiu p a mnha edukção no screvr. Só s aprnd fzndo, eh fato. Mas voltndo à mdicao ds palavrs faladas e scritas; e mi cmparand cm nssos valorosos jovns d raciocinio  e reacao + rapdos ainda, eh q fko medtndo: cm q eles se fzem entnder nsta lnguagm q nm fui cpaz d screvr, e q, muits dos meus leitors tmbm naum vaum sr kpazs d entnder? E aind pr cma, skrta num spaço muiticimo menor q eh o da tela d cel? Ha 1 mérito nisso, mas meu mdo eh q a lngua fke fatalmnte mutilada, sm as suas pculiaridds, podads plo uso altamnte ecnomco, ms q inda assim, se comuncam, e cm q rapdz!
Cncluo sobre o vlor ds plvras cm algns exmplos d cmo cnsidro sua forca dlas: exstm xprssoes, muit forts qe s usm sm nnhum cuidado: uma dlas e q + m atnge eh qundo alguem s xatia 1 pokim só c alguma koisa e já logo sclama: “tenho ódio disso!” – nstes momnts dgo q odio eh uma palvra muito fort, e q signfik o opsto do amor. Q s pod usar otrs cmo: n gosto disso, ou: tnho raiva dsso. Outro exmplo é qundo m prgntam: vc tm crtza disso? Cstumo rspnder: crtza eh 1 plvra muito fort. E so tnho crtza da mort!
Mas uma vntagem dsta lnguagm tnho q reconhcr: screvi muito + q  300 e msmo assim, meu editor a pblicou, pla econmia q rprsntou!
Ricardo Lopes Rocha