sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Conversando sobre educação política II



Escrevi, na edição anterior, sobre processo político eleitoral e educação para a escolha dos candidatos. Escrevi também sobre a temporada em que morei em outra cidade. Voltei para Diamantina na gestão do saudoso Dr. João Antunes e vivenciei o processo histórico de transformação da cidade em Patrimônio Cultural da Humanidade. Vivenciei ainda, de maneira mais próxima, a vinda do curso de Enfermagem para a FAFEOD, que foi uma verdadeira saga vivida pelas primeiras turmas e pelos poucos professores que havia, mas lutaram e conseguiram. Deste embrião surgiram mais seis cursos, na área da saúde e das ciências agrárias, e a FAFEID foram instaladas. Logo veio a transformação em UFVJM, consolidando um processo já irreversível que faz de Diamantina um pólo de cultura. Todo este processo, aliado ao fim das atividades do garimpo, mudou bastante a nossa cidade. Hoje em dia, temos uma população mais diversificada tanto pela origem geográfica, pela filosofia de pensamento e também pela cultura. Os representantes de um povo tão heterogêneo deverão, logicamente, ter projetos para contemplar os mais diversos desejos e anseios. É evidente portanto, que aquele que vier com um discurso com tendências a favorecer esse ou aquele segmento, esta ou aquela pessoa, evidentemente não poderá fazê-lo (e nem deveria, mas muitos prometem coisas deste tipo). É preciso esclarecer de uma vez por todas que, voto, além de ser um direito e dever cívico, é a transferência que se faz de um direito de decisão e que deve ser feita de graça, com a única e exclusiva finalidade de repassar àquelas pessoas com as quais nos identificamos pelo discurso, pelo pensamento, pela ideologia e pela capacidade administrativa, o nosso quinhão de decisão que temos. A troca de um voto por um favor é uma atitude desleal para o que propõe, para o que se deixa corromper, e ruim para toda a comunidade. O gestor público deve ser uma pessoa que possua capacidade de administrar as verbas públicas em favor da coletividade e não de apenas uma parcela que é ou foi simpática a ele. Seria muito bom se tudo que nos prometessem fosse cumprido, mas é impossível dar tudo a todos. Por isso mesmo, aquele que muito promete, não tem intenção e nem poderá cumprir a promessa. Porém, uma promessa pode ser feita e aceita se bem fundamentada: a de que a administração se fará de maneira honesta, transparente, ética e democrática.
Ricardo Lopes Rocha

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