Armadilhas do processo eleitoral II. Semana passada escrevi o que penso sobre a dito popular tão famoso quanto errôneo que é o “não quero perder o meu voto.” Desta vez vou escrever o que penso de outra armadilha eleitoral um pouco mais difícil de argumentar, mas deixo o meu ponto de vista, à crítica de vocês sobre outro bordão muito comum: “não vou votar porque todo político é ladrão.” Julgamentos prematuros nos levam a ter idéias erradas sobre as pessoas e fatos. Entretanto, encontrar a verdade é difícil, nestes tempos de globalização em que todas as informações são manipuladas, editadas, etc. Devemos apelar para o nosso senso crítico para não nos conformarmos com a primeira informação que chega sobre algo ou alguém. Afirmar que todo político é ladrão é no mínimo ofensivo àqueles que se esforçam para gerir de maneira honesta e transparente. É evidente que existem muitos gestores improbos, desonestos, mas acredito que são a minoria, só que é a minoria que sempre aparece mais, é a que sai na mídia. No recente acontecido na USP por exemplo, apenas 0,06% dos alunos num universo de 80.000 alunos é que queriam fumar maconha dentro do campus, e essa ínfima minoria fez aquela arruaça. Assim também é com as informações. Para retirar a verdade do que se lê ou ouve, deveremos “perceber nas entrelinhas ou nas entrefalas” o que julgarmos correto. Julgar todos os homens públicos como “ladrões” é uma armadilha que nos fará ter aversão do processo político do qual seremos dependentes e cúmplices. Se as pessoas honestas se eximem de votar, votando em branco ou anulando seu voto, os maus intencionados e desonestos, certamente vão prevalecer. A atitude correta é não votar em quem julgarmos desonestos e votar nas que julgamos melhores! E outra: ter antipatia de política só vai fazer com que pessoas menos competentes sejam eleitas. Todos que têm consciência e querem melhorar nossa cidade ou país, têm que participar SIM, do processo, e de maneira ativa! Uma providência que cabe a todos, sem distinção é EDUCAR. Explicar a quem ainda cai nestas armadilhas eleitorais como se comportar.
Ricardo Lopes Rocha