domingo, 4 de dezembro de 2011

Conversando sobre educação política V



Armadilhas do processo eleitoral III. Depois das falácias: “não quero perder meu voto”; “todo político é ladrão”, vou escrever um pouco sobre outra forte armadilha eleitoral que é a pulverização dos votos. Esta, é uma realidade que, não raro, tem acontecido. Se, durante as conversas, reuniões preliminares entre partidos não se costura apoios necessários para lançar os candidatos que irão atender aos anseios da população, é normal que cada facção se ache no direito de lançar seu próprio candidato. Se por um lado, este fato é o puro exercício da democracia e é saudável que o povo tenha opções de escolha entre muitos candidatos diferentes, por outro lado, se houverem muitos candidatos à escolha, existe uma tendência de que aquele que tiver mais poder econômico, ou mais acesso à população, ou uma influência direta sobre certa faixa de população, vai levar vantagem em relação aos outros que possivelmente poderiam ter uma proposta de governo mais justa, mas não possuem meios de levar a proposta convincentemente a todos, por motivos vários. Com grande número de candidatos, cada um começará a lutar e argumentar com as armas de que dispõe e, ao invés de se discutir ideologias, projetos, planos para o futuro, passa-se a discutir fisiologismos, o famoso “é dando que se recebe”. Deste nível para os favorecimentos específicos, negociação de cargos de confiança, e outras mazelas é um pulo. O resultado de uma disputa muito dividida não são benéficos para a comunidade, muito menos para a administração, que fica amarrada a promessas impossíveis de cumprir e em débito com os “excluídos”. O interessante seria que, antes que candidaturas sejam lançadas, fossem feitos estudos prévios de viabilidade para cada possível candidato e os partidos que forem realmente de uma mesma linha de pensamento se unissem para lançar menos candidatos, porém, com chances reais de se eleger. Com o apoio garantido pela união de forças, os argumentos ficam mais fortes e seguros, os discursos ficam mais livres, sem necessidade de fazer promessas vãs, numa disputa ideológica igualitária. Será isso uma utopia, ou ainda existe chance para uma campanha limpa, sem fisiologismos, para uma disputa político partidária essencialmente ideológica?
 Ricardo Lopes Rocha

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