quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Publicado na Voz no dia 13/09/2011
Será que não seremos capazes? Parte II
Comecei a chorar ao chegar tarde ao desfile de Sete de Setembro e mesmo assim, deparar-me com largos espaços entre as cordas, costumeiramente abarrotadas de gente. A polícia, garbosa como sempre, passa em desfile para pelo menos um terço das pessoas de costume. O que acontece com nosso povo? Sei que a greve nas escolas é em grande parte, a responsável por isso. Parte dos assistentes faltosos seriam aqueles pais que iriam, orgulhosamente, ver seus filhos desfilarem prestando sua homenagem à pátria no dia da nossa independência, mesmo que à custa de muita insistência. Outro motivo pelo vazio na praça eu debito à falta de disciplinas como Educação, Moral e Cívica, que nós achávamos chata (eu não, desta vez, me excluo), mas que nos dava uma noção de pátria, do simbolismo e do respeito à nossa terra, independentemente de quem a comanda. A falta de gente no desfile me entristeceu muito. Quis ir embora, mas antes constatei com alegria que o PROERD desfilou; o grupo escoteiro também estava lá presente. Vim embora meditando se contribui com minha parte em relação aos meus filhos e agradecendo. Um dia antes, minha filha me contava emocionada a reação de seus aluninhos de três anos, quando explicava a eles o que é pátria e essa lembrança veio como uma resposta. Ela começa a descobrir a alegria de ensinar; a magia do magistério. Parece que as aulas voltaram à força, sob ameaças de demissão por parte daquele que, à guiza de agradar seus protegidos, cercou nossa mais querida praça, para prestar homenagens que ficaram em segredo, já que a ninguém foi permitido saber a quem se homenageou. Esse mesmo governante, que cercou nossas ruas para evitar atos de vandalismo deveria ter em sua consciência: com mais educação, nada disso seria necessário. Será que não seremos capazes de romper esta grave crise que assola o ensino no país?
Ricardo Lopes Rocha








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